sexta-feira, 30 de junho de 2017

Olá! Sou Lígia. Mãe e avó. Poetisa encantadense com um livro publicado no ano de 2016, com o título de "Amor de Ficção". Participo da Coletânea Elos Literários e estou participando pela primeira vez este ano da Coletânea Sentimentos e Razões, e também da Coletânea Imortais da ALB e pretendo participar de outra chamada "Dez poetas e eu".
Meu segundo livro sairá este ano. Já está na Editora. O título dele é "Brinco de Pérolas".
É muito bom. Para ele estou procurando patrocinadores. Deus queira que eu consiga.
Adoro escrever. Às vezes penso que sou boa, noutras acho que sou um lixo.
Altos e baixos fazem parte da vida da gente.
Quando voltei a escrever, modifiquei também outras coisas na minha vida. Teve gente que disse que eu me reinventei, que eu mostrei que mulheres de mais de sessenta anos ainda tem muito a dar e oferecer, que podemos sim fazer coisas novas. Não estamos mortas, estamos, como eu digo sempre com vinte e cinco anos. Estamos ativas e no mercado de trabalho. Não somos aquelas que ficam em casa sem interesses ou objetivos, queremos mais e sempre estamos prontas paras novos desafios.
Eu quero viver cem anos e no meu aniversário centenário vou perguntar às pessoas que estiverem ao meu lado: que farei agora que vou começar a envelhecer?
Luz para todos! Boa Noite!

QUESTÃO


QUESTÃO

Não é uma questão de orgulho.

É uma questão de amor próprio.

Não é trocar um bagulho,

Por um punhado de ópio.

Não é uma questão de raiva,

Não chega perto de ódio.

Nunca foi indiferença,

Ainda não consegue ser.

Não é uma questão de beleza,

Porque bela posso ser.

Não é uma questão de dinheiro,

De bens ou de abastança,

Porque se tenho bem pouco,

O mais que tenho é esperança.

Não é uma questão de tato,

Ou talvez da falta dele.

Foi sempre questão de pele,

Que não quiseste querer.

Não é uma questão de amor,

É uma questão de abrir mão,

Do que poderia ser.

Não é uma questão de amizade,

É deixar escorrer na mão,

O que seria Felicidade.

Não é uma questão de amparo,

É uma falta de preparo,

Para saber ser feliz.

Não é uma questão de desejo,

De uma noite talvez,

É uma questão do que um beijo,

Causou aos dois uma vez.

Não é uma questão de orgulho,

É uma simples desistência,

Eu me acostumo com a falta,

Tu te acostumas com a ausência.

 

quinta-feira, 22 de junho de 2017

SENHORA

Não me chame de senhora,
porque tens medo de mim.
Eu não sou tua senhora,
E nem mesmo estou a fim.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

USUCAPIÃO


Teve um tempo em que fui crédula,

Acreditava em coisas, gestos, palavras,

E olhares mais falsos que nota de três reais.

Teve um tempo em fui jovem,

Adolescente e sincera,

Que vivi a primavera em longos dias invernais.

Teve um tempo em que a luz,

Me foi dada de bom grado,

Eu entendi o recado,

Fiquei com ela pra mim!

Não devolvi até hoje.

Não pretendo devolver.

Não me pediram de volta

E fiz usucapião.

Até porque em troca dela

Entreguei meu coração!

segunda-feira, 12 de junho de 2017

MOÇA CHORA NÃO


Moça chora não,
Que ele não merece!
Eu posso te ensinar,
A rezar uma prece,
Para desencantar.
Eu posso até fazer,
Um feitiço do tempo,
Para retroceder.
Mas o melhor de tudo,
Eu posso reescrever,
Toda a tua história,
E apagar da memória,
O rosto e o amor,
Que tu vais esquecer!
Moça chora não!
Teu vestido comprido,
Tu vais usar de novo,
Na festa que a vida,
Vai te dar de presente,
Sem ter amor ausente,
Sem lágrimas, sem dor,
Um amor diferente,
E a felicidade!
Moça chora não!
Enfeita o teu cabelo,
Com flores de algodão,
Que fica tão bonito!
E apaga aquele escrito,
Do amor que não te quis.
Que eu conto a tua história,
Com um final feliz!

Lígia MS – domingo – 11/06/2017 – 10:08 hs

UM CONTO DE FADAS MODERNO

Um dia a princesa OLIVIA cansou e resolveu ir morar na Grécia, mais precisamente em Mykonos, uma ilha banhada pelo mar Egeu porque sempre quis aprender grego. Comprou uma casinha caiada de branco com as janelas azuis ( aquelas que aparecem nos folders de turismo). Trocou suas roupas de grife por sandalias de couro cru, longos vestidos de algodão e colares de contas. Vendeu seu carro e comprou uma Lambretta 1965, vermelha e branca com um adesivo da Ferrari. Deixou crescer os cabelos, fez longas tranças com eles e contratou um professor para lhe ensinar. Como ela era inteligente e erudita aprendeu grego num piscar de olhos como se fosse sua lingua materna. Trocou o numero do celular, eliminou sua conta do facebook, nunca usou instagram e no seu notebook só fazia poesias e tinha uma página na internet com um pseudônimo que somente poucos escolhidos sabiam qual era. Contratou uma editora publicou seus livros como sempre quis. Ficou conhecida internacionalmente como a poetisa que escrevia em Português e Grego. Especializou-se em poesia erótica e foi ovacionada num auditório lotado numa cidade européia conhecida pelo valor que dava a cultura. Seu poema erótico chamado "Conversas de Alcova" virou peça teatral que foi encenada no mundo inteiro. Virou posteridade como era sua intenção. A princesa continua na Grécia. Sente saudade do seu lugar de origem, das suas paisagens, do seu rio, mas não voltará porque achou o que procurava.....enquanto isso o principe MAXIMILIANO foi morar em Narnia (que ninguém sabe onde fica, uns dizem que é na Ásia, outros dizem que fica logo ali na Argentina), mas isto não importa porque ele não mudou em nada. Continuou valorizando somente o material, como sempre fez, comprou em NARNIA uma casa grande, ostentosa, cheia de luzes, clarabóias e cristais. Não abriu mão das suas roupas de grife e nunca comprou um Havaianas ou qualquer coisa que o valha. Continuou fumando seu cigarro, juntado seus milhões, tendo poucos amigos e muitas distrações. Não deixou crescer os cabelos (ele já tinha poucos) e não aprendeu grego nem mesmo espanhol. Continuou arranhando seu péssimo português e não se interessou em melhorar. Comprou um Jeep Renegade e uma moto de trilha e arrumou uns amigos que mais pareciam uma quadrilha de mafiosos para cartear com ele em suas noites insones.
A Princesa jamais se arrependeu de ter ido morar em Mykonos onde todos a conhecem, respeitam e levam flores, azeitonas, óleo de oliva e uva! Ela aprendeu dançar com Zorba o Grego!
Em contrapartida ela criou um teatro ao lar livre, lê poesias para as crianças nas escolas, e faz saraus literários para os adultos.
E, por último, a princesa arrumou um novo amor que a faz feliz, com brilho nos olhos e nos cabelos, que é seu companheiro nas noites de lua e nos dias de sol. E nas noites escuras e nos dias de chuva.

O Principe ninguém sabe. Ele não é posteridade, não está na história, ficou com a pompa e a circunstância, o que não interessa a ninguém, porque como diz o ditado: "tem pessoas que são tão pobres, mas tão pobres, que a única coisa que tem é dinheiro". Uma pena porque com o nome que ele tem deveria ser uma pessoa melhor!
 
Ah! E a princesa como é uma pessoa generosa abriu mão de todo bem material e concedeu o divórcio levando com ela sua alma, seu coração e a roupa do corpo!
E ela foi feliz para sempre! Com suas tranças, suas sandálias rasteirinhas, seus colares de contas, seus vestidos de algodão, seus poemas e seu amor!
Lígia MS - Direitos Autorais Reservados

quarta-feira, 10 de maio de 2017

AUTOBIOGRAFIA

Nasci num mês de setembro,
E a hora eu sempre lembro,
Porque minha mãe contava,
Que no relógio da igreja soavam as badaladas,
Do sino do meio dia.
Nasci em segunda-feira,
E deve ser por isso que em minha vida inteira,
Eu tive uma trabalheira,
Pra conseguir ser feliz.
Nasci num mês de setembro,
Precisamente dia cinco,
E por isso eu sempre brinco,
Que sou uma pessoa ímpar,
Porque em todos estes anos,
Eu não achei meu lugar.
Como eu nasci natimorta,
E com a cabeça torta,
Um quilo e oitocentos gramas,
De pequena tinha fama,
De que eu era imortal.
Diziam também que era bruxa,
Que fazia encantamentos,
E que em alguns momentos,
Parecia levitar.
A fama me precedeu,
Depois ela se perdeu,
Porque eu perdi minha origem,
Quis ser igual todo mundo,
Eu me sujei de fuligem,
Caí num poço sem fundo,
Procurei um latifúndio,
Do qual tivesse uma parte.
Eu fiz umas tantas artes,
E um dia me aquietei,
Fiz filhos, casa, comida,
Achando que que era a vida,
Que combinava comigo.
Nasci num mês de Setembro,
Quando ainda era Inverno,
A hora eu sempre me lembro,
Porque minha mãe contava,
E eu anotei no caderno.
Nasci num mês de Setembro,
Precisamente dia cinco,
Por isso eu sempre brinco,
Que eu devo ser ímpar,
E depois de tantos anos,
Ainda busco com afinco,
O meu lugar de ficar.


Lígia MS – 07/02/2017 – terça-feira – 16:46 hs

terça-feira, 9 de maio de 2017

AMOR DE FICÇÃO - Poema que deu nome ao meu primeiro livro.

Poderíamos morar no campo...
Numa casa com dois quartos,
Uma cozinha bem grande,
Uma sala com tapetes de sisal,
Uma horta, um jardim e um quintal.
Não precisa ser distante,
Um cantinho aconchegante,
Para onde levaríamos as lembranças
Mais valiosas.
Plantaríamos umas rosas,
Um pé grande de jasmim,
Canteiros de margaridas,
E um gramado sem fim.
No lado Leste da casa,
Um riacho de um fio d’água,
Com uma ponte de tábuas,
Feita para namorar.
Poderíamos morar no campo,
Onde o Inverno fosse frio,
E o Verão de noites frescas.
Deixaríamos uma fresta,
Na janela em nosso quarto,
Para ver a Lua entrar.
Nas cortinas de organdi,
As estrelas bordariam,
Nosso amor em cor de prata.
E as chuvas do mês de Março,
Fariam brotar no jardim,
Os pés de cravo e mostarda,
Que você plantou pra mim.
E quando a Lua Minguante
Deixasse tudo as escuras,
Seriamos os mesmos amantes,
Fazendo as mesmas loucuras.
Poderíamos morar no campo...
Numa casa com jardim,
Com brilhos de pirilampos,
E uma horta de alecrim.


Lígia MS – Direitos Autorais Reservados

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017